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É kinda pretensious dizer que se é artista. Sou menos artista que Bukowski ou Fernando Pessoa. Sou mais artista que Gianechini ou Debora Seco... Somewhere in the middle. Sou atento ao mundo e busco sempre descrevê-lo de alguma forma e com algum tom de lirismo.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Melancolia

Um convite a chorar.
Era o que ele sempre buscava.
A melancolia o fazia avançar.
Ela lhe impunha um desafio. Um “challenge”.
Um porquê de lutar.
Quantos versos lindos não foram escritos por sua mão molhada de lágrimas.
A tristeza era sua água, seu ar.
As gotas que escorriam seu rosto abaixo e salgavam sua boca lhe davam esta comovente sensação de vida.
Esta vida pranteada tantas vezes por tantos poetas cabisbaixos.
*
Um dia, no entanto, tudo isso mudou.
Uma garota.
Um beijo, um abraço, um “sim”...
E, de repente, o sorriso.
O sorriso perene.
Essa estúpida expressão no rosto que não o deixava.
E onde, meu Deus, foram parar Byron, De Musset, Heine, Leopardi...?
Ele não se reconheceu mais.
Chegou a se estranhar.
Felicidade?
Impossível.
A tal não poderia ser tão tangível como isto que sentia.
Mas terminou por convencer-se.
Era ela mesmo.
Esta que só bate à porta, e muito de leve, em alguns sonhos esperançosos de final de tarde.
Subitamente, viu-se desorientado.
Como levar uma vida feliz?
Na tristeza ele já era especialista.
Não precisava de mais nada.
Mas feliz?
Concluiu que seria preciso de muito esforço para conseguir a perícia que tinha na tristeza na felicidade.
Ficou um momento em silêncio, pensando.
E chegou à conclusão de que topava o desafio.
Seria feliz!
E, quando menos esperava, pegou-se sorrindo de novo.
“Que praga!” pensou ele...

2 comentários:

  1. "Um porquê de lutar,comovente sensação de vida..."
    Agora a luta continua, a sensação de vida toma outra forma,outro sentido,outro gosto...

    :)
    Gostei do seu texto,Henriquinho!

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  2. Nossa... lindo!
    Me encontrei no seu texto! :)

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