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É kinda pretensious dizer que se é artista. Sou menos artista que Bukowski ou Fernando Pessoa. Sou mais artista que Gianechini ou Debora Seco... Somewhere in the middle. Sou atento ao mundo e busco sempre descrevê-lo de alguma forma e com algum tom de lirismo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Noite. (Aventurando-se em outros estilos II)

Para variar, não conseguia dormir.
Cansado demais para fazer qualquer coisa. Desperto demais para cair no sono.
Letargia mórbida.
Via através da janela os poucos e fracos focos de luz que causavam esta irritante luminosidade em seu quarto. Devia ser por isso que não conseguia dormir. Só podia ser...
Madrugada adentro, antevia o momento angustiante do despertar no dia seguinte. Momento em que seria capaz de se comprometer das piores maneiras possíveis somente para permanecer dormindo.
Quanto mais o tempo passava, mais sua angústia crescia, sabendo que teria menos tempo de sono.
Tentou se tocar. Não conseguiu excitar-se.
Virou para um lado. Virou para o outro.
Suas pálpebras doíam de pesadas. Sua respiração era quase ofegante.
Que merda! Que merda! Pensou ele.
Sua aflição crescia e impelia-o a saltar da cama e andar em voltas. Mas fazia de tudo para controlar-se pois já sabia que isso só tardaria ainda mais a chegada do sono.
A hora de acordar amanhã não mudaria.
Lamentou por antecipação seu atraso do dia seguinte. Atrasava-se sempre...
Foi quando começou a formular frases mentalmente.
Frases que definiam seu estado presente.
Suas frases foram acalentando-o. O sono foi chegando.
Foi gostando de suas frases e lamentou pois não se lembraria delas no dia seguinte.
Precisava escrevê-las.
Mas não podia. Aquilo só tardaria ainda mais a chegada de seu sono.
A hora de acordar amanhã não mudaria.
Que merda! Que merda! Pensou ele.
Sua aflição crescia e impelia-o a saltar da cama para escrever suas frases.
Lamentou por antecipação seu atraso do dia seguinte. Atrasava-se sempre...
What the hell! Pensou ele.
Saltou de sua cama, abriu o Word em seu computador e começou a escrever:
“Para variar, não conseguia dormir.
Cansado demais para fazer qualquer coisa. Desperto demais para cair no sono.
Letargia mórbida...”

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